05-A oração nasceu no Éden
O primeiro registro de comunicação entre o Criador e aqueles que Ele criou à sua imagem acha-se em Génesis 1.28: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”. Foi Deus quem tomou a iniciativa, dirigindo a palavra à humanidade, estabelecendo assim um princípio fundamental: ouvir a Palavra de Deus (tomar conhecimento de sua vontade) é pelo menos tão importante quanto dirigirmos a Ele nossas preocupações — e talvez implique em maior consequência.
Embora o termo “oração” não seja usado na narrativa de Adão e Eva, a comunicação entre Deus e estas duas pessoas, criadas à sua imagem, é clara e evidente. Devemos observar ainda que estes primeiros seres humanos se comunicaram não somente com Deus, mas também com o anjo caído, Satanás (cf. Gn 3-2-5; Ap 12.9; 20.2). Tanto Deus quanto Satanás dirigem palavras aos seres humanos; devemos aprender a discernir entre os dois. A oração eficaz está alicerçada sobre aquilo que Deus diz, sua Palavra, mas pode ser impedida se escutarmos o que Satanás tem a dizer.
Quando ouvem Satanás, as pessoas lançam uma barreira de comunicação entre elas e o Deus que deseja abençoá-las. Embora Deus andasse com Adão e Eva — Ele “passeava no jardim pela viração do dia” (Gn 3-8) — , eles não puderam tolerar uma comunhão tão íntima após a queda no pecado. Suas consciências os levaram a uma tentativa inútil de esconder-se.
A brecha entre Deus e os pecadores não terá remédio enquanto eles, por sua própria confissão, não possibilitarem a abertura da porta da misericórdia: “[Adão] disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu” (Gn 3-10,21).
Por Robert Brandt e Zenas J. Bicket (Teologia Bíblica da Oração)