Reino ou Religião?

Por Gerson Moraes em dezembro 17, 2022


"Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês." (Mateus 6.33)


Quando os seguidores de Cristo deixaram de ser simplesmente seguidores de Cristo e passaram a fazer de sua fé em Cristo uma religião, o reino de Deus implantado no coração do homem através da obra redentora de Cristo deu lugar ao reino da religião. Quando os cristãos perderam a visão de reino de Deus e criaram um reino para si, o reino da religião, tudo perdeu o sentido. Infelizmente a religião ainda é um grande problema para o ser humano, pois quando ele se torna um servo da mesma ele não consegue mais entender que estar em uma religião não significa pertencer ao reino de Deus. Se podemos considerar a religião como algo benéfico para o homem, isso só se torna uma verdade quando a mesma consegue ajudar este homem a entender que Deus não é uma religião, e o que ele mais anseia é fazer com que este homem encontre através de Cristo o caminho de volta para um relacionamento com Ele, pois esta é a única forma de um ser humano nascido de Adão, que carrega a maldição do pecado, ser recebido de volta como filho de Deus, e isso não tem nada a ver com qualquer obra realizada pela religião.


"Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." (João 14.6).


A Salvação do homem é o assunto mais importante a ser considerado depois da queda, pois, não há como nos aproximarmos de Deus pelos nossos próprios méritos ou por meio de uma religião, por este motivo o homem precisou de um salvador que pudesse lhe libertar da maldição do pecado que lhe manteria afastado eternamente de Deus. O grande problema é que colocamos a religião com suas tradições como algo mais importante do que a própria obra salvadora de Cristo e aí pensamos que alcançamos a salvação quando estamos inseridos em um contexto religioso. Antes da queda, Adão e Eva não tinham uma religião, eles tinham um relacionamento com Deus, que foi quebrado quando desobedeceram a Deus. A religião é, na verdade, uma tentativa humana de aproximação de Deus, por isso, acredito que se ela presta algum serviço em prol do homem, isso só acontece quando ela aponta para Cristo, quando ela reconhece o que está escrito na Bíblia, que não há nenhum mediador entre Deus e os homens a não ser o próprio Cristo: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo." - 1 Timóteo 2:5,6.  Mas, infelizmente, a religião tem apontado além de Cristo outros meios redentores e até mesmo a própria religião como meio de salvação. Quando uma pessoa realmente compreende o que é estar num relacionamento com Deus, e que só consegue chegar a este relacionamento unicamente por Cristo, e se volta para Deus em arrependimento e submissão, então o que se torna realmente mais importante e essencial não é a religião, mas o Cristo realizou em nosso favor, para nos levar de volta a um relacionamento com Deus. Quando compreendemos a obra de Cristo a religião passa a ser algo dispensável, pois, entendemos que Cristo entregou sua vida na cruz para mudar nossa natureza espiritual de pecadores para filhos de Deus. Quem transforma pecadores em filhos de Deus novamente é Cristo, pois na cruz acontece duas substituições, Jesus assume o meu lugar de pecador para que eu assuma o seu lugar de filho amado. Alguém pode até entender isso como religião, mas pra quem entendeu a obra redentora de Cristo, nada tem mais valor do que isso.


Quem morreu na cruz e ressuscitou para nos garantir o direito de sermos novamente considerados como filhos de Deus foi Jesus, portanto nada e ninguém pode se dar ao direito de ser reconhecido como mediador e salvador da humanidade. Tudo o que a religião tenta acrescentar à obra realizada por Cristo, quer sejam suas tradições, normas ou conceitos, são tradições humanas e desvio da verdade. A verdade pura e clara das Escrituras é esta: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." - (Atos 4:12)., o resto é religião.


O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo."(1 Timóteo 2:5,6).


"11E o testemunho é este: que Deus nos concedeu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho! 12Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida."(1 João 5.11).


Só quem está de visão cerrada pelos tapumes da religião é que não consegue enxergar o quanto a religião tem cegado o homem e desviado sua atenção de quem realmente merece toda a nossa atenção - JESUS. As maiores festas religiosas deste país não são para engrandecer quem morreu na cruz. Há uma inversão de papeis e de valores no cristianismo. O meio usado por Deus para trazer o salvador ao mundo se tornou mais importante para a religião do que o próprio salvador, ao ponto da religião ensinar que para chegar até Jesus é preciso primeiro passar por Maria. Isso não tem base bíblica, nunca foi ensinado por Jesus e nem pelos apóstolos, mas é facilmente percebido o quanto a religião conseguiu incutir isso na mente dos cristãos depois da morte dos apóstolos, tornando a obra de Cristo insuficiente, transformando isso num dogma e numa tradição que tem dividido o cristianismo ao meio até aos dias de hoje.

Sendo, a doutrina da salvação, o principal assunto da Bíblia desde a queda, onde vemos todo o desenrolar da história bíblica do antigo e do novo testamento, revelando os atos de Deus na história com o fim de trazer o salvador que viria desfazer a maldição do pecado na vida do homem. Como acreditar ou aceitar que a religião estabeleça como ensino da Bíblia que Maria é redentora dos homens juntamente com Cristo, se isso não é enfatizado nem no antigo e nem no novo testamento; nem por Cristo e nem pelos apóstolos. Isso só teve repercussão na vida da igreja depois que ela começou a perder sua essência doutrinária e passou a ser influenciada por tradições criadas por seus principais protagonistas, que se assenhorearam da fé alheia e que se autonomearam senhores da igreja aqui na terra, obrigando as pessoas a crerem em tradições e dogmas que não tinham respaldo nos ensinos apostólicos.


Quando o seguir a  Cristo se transformou na Religião de Cristo, os ensinos de Jesus passaram a ter menos importância do que as tradições da religião. Isso é tão verdade que os sacerdotes da religião cristã não tem nenhum receio em dizer que a tradição da igreja está acima da própria Bíblia, tendo como justificativa que a Bíblia é oriunda da igreja, ou seja, foi escrita por pessoas que compunham a igreja, em outras palavras a Bíblia é produto da igreja, logo ela está sujeita às suas tradições. A tradição que representa as práticas de fé da igreja ao longo dos tempos está acima da Bíblia, ou seja, a forma como a igreja vive a sua fé ao longo dos tempos é mais importante do que a Palavra de Deus, e isso dá lugar a vários ensinos que não tem respaldo na Palavra de Deus, mas que faz parte da tradição da igreja. Esta é uma postura facilmente verificada na Bíblia como contraditória a própria inspiração da Palavra de Deus que é evocada pelas próprias Escrituras. Se a Bíblia foi inspirada por Deus, como a tradição pode exercer maior autoridade sobre a igreja do que a Bíblia. Além do mais, os apóstolos escreveram suas cartas baseados nos ensinos de Jesus, na inspiração e na revelação dada pelo Espírito Santo.

"Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste." (João 17:8);

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, 17para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra." (2 Tm 3.16,17);

"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo." (2 Pedro 1.20).

Após a morte dos apóstolos, a igreja de Cristo foi gradativamente sendo dominada por homens, e ao longo da história foi se transformando numa religião que se tornou a religião do grande império romano, passando a ser imposta e obrigatória. Jesus, o Salvador e Senhor da igreja nunca obrigou alguém a segui-lo e obedecê-lo, da mesma forma como o Pai, que deu ao homem o livre arbítrio para decidir de livre e espontânea vontade obedecê-lo ou não, estabelecendo pela sua soberana vontade redimi-lo após a queda, que de antemão já previa, através de um plano de redenção por meio de Cristo. Como ousariam os senhores da religião impor a fé em Deus às pessoas, uma vez que Cristo morreu para que todos que nele cressem, espontaneamente, através da revelação do Espírito Santo, pudessem ser salvos da condenação.

O grande problema nessa história toda é o que fizeram do Cristianismo de Cristo, que se transformou numa religião, cujas tradições e muitos dogmas criados pelos seus principais protagonistas acabaram por reduzir a Bíblia a um produto da religião, digo da religião porque a igreja é o corpo de Cristo, e sendo o corpo de Cristo deve estar sujeita à cabeça do corpo que é o próprio Cristo como diz Paulo: "Ele é a cabeça do Corpo, que é a Igreja; Ele é o princípio e o primogênito dentre os mortos, a fim de que em absolutamente tudo tenha a supremacia."(Colossenses 1.18), e sendo a cabeça do corpo, tendo a supremacia, e tendo ele mesmo instruído os seus apóstolos sobre as verdades do reino de Deus, toda literatura que eles produziram foi fruto daquilo que Jesus os ensinou e daquilo que eles foram inspirados a escrever pelo Espírito Santo, logo, a igreja deve antes de tudo se submeter a Bíblia, pois ela revela a vontade de Deus às nossas vidas, vontade essa ensinada e ministrada por Cristo às multidões:

"Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste." (João 17:8)

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, 17para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra." (2 Tm 3.16,17);

"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo." (2 Pedro 1.20).

Mas é muito fácil entender porque os sacerdotes católicos  dissuadem seus discípulos a crerem mais na tradição da igreja do que na Bíblia, pois essa é a única forma de continuarem ensinado o que os apóstolos nunca ensinaram a igreja. Citar os escritos dos líderes pós apostólicos da igreja, que incentivaram  algumas dessas tradições e dogmas heréticos é uma forma sutil de manter as pessoas presas a essas tradições, no entanto é bom lembrar que aqueles que realmente conviveram com Jesus não deixaram nenhum ensino na Bíblia que apoiasse essas tradições que foram incentivadas por líderes pós apostólicos, que ao longo dos tempos foram se afastando em parte das doutrinas dos apóstolos e estabelecendo tradições e dogmas da religião cristã, que por conta disso, resultou na reforma da igreja. A reforma nada mais foi do que um fruto de conflitos doutrinários gerados entre os teólogos e sacerdotes que questionavam essas tradições que não correspondiam com os ensinos dos apóstolos. Não estou dizendo aqui que tudo o que o catolicismo prega é heresia, mas qualquer pessoa bem intencionada e honesta consigo mesma pode dar uma vasculhada na história da igreja e comparar às escrituras, e observar que até hoje a igreja continua ensinando coisas que não correspondem com a doutrina dos apóstolos.

Se a reforma não tivesse acontecido em 1517 ainda hoje as coisas estariam do mesmo jeito, e os erros do passado que já foram considerados como erros por alguns papas modernos, continuariam sendo vistos como dogma da igreja. Muitos católicos estão deixando o catolicismo simplesmente porque entenderam que há coisas que não dá para ignorar, principalmente aquilo que compromete a nossa salvação, e que é um ataque direto a obra redentora de Cristo.

O vídeo abaixo confirma claramente o que expus em minhas palavras, o mesmo revela claramente como a igreja católica trata a Bíblia. Segundo o mesmo a diferença entre um católico e um protestante está exatamente no fato de que para um católico a igreja está acima da Bíblia e para um evangélico a Bíblia está acima da igreja. Isso por si só explica tudo, e mostra que realmente sempre haverá divergências doutrinárias entre católicos e evangélicos, pois, no catolicismo a Bíblia tem autoridade sobre a igreja enquanto a tradição da igreja não diz nada contrário ao que a Bíblia ensina.

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